domingo, 1 de dezembro de 2019

Luto

Engana-se quem pensa que o luto acontece apenas após a morte de pessoas próximas e queridas e que ele dura um tempo determinado socialmente. Vivemos a experiência do luto a cada perda significativa para nós como a perda de um animal, de um bem, de uma viagem, de uma pessoa, de um emprego e até mesmo com o fim de um relacionamento ou com a experiência de uma doença terminal. E esse processo pode durar muito tempo ou o tempo necessário para cada um. O luto pode ser compreendido também como algo que chega de forma abrupta nos fazendo perder o sentido, exigindo de nós uma transformação que não esperávamos, não estávamos preparados e nos apresenta a novas necessidades. Usando bem a minha experiência, é o momento de se desapegar de algo que já não existe.
A sociedade ocidental contemporânea não nos permite vivenciar ou expressar o sentimento que experimentamos em um momento como esse. Não podemos ficar tristes, frustrados, chateados porque estamos passando por um momento de perda. Ela nos obriga a calar, silenciar nossas emoções, porém, é imprescindível que os enlutados vivam esse momento para que possam ressignificar a dor de sua perda para que consiga recuperar-se e seguir a vida. Seja com ajuda de um profissional, ou de outras formas que o possibilitem isso.
Segundo Elisabeth Kubler-Ross, existem 5 fases na experiência do luto que nos auxiliam a preencher o vazio provocado por essa perda significativa.
A primeira seria a negação, onde o indivíduo tende a negar o problema e usa estratégias para não enfrentar a realidade. Não quer falar sobre o assunto, evita qualquer coisa que lembre o mesmo.
A segunda é a raiva, nesta fase a pessoa enlutada entra em uma revolta com o mundo, acha que foi injustiçada e não se conforma por estar passando por isso.
Na terceira fase a barganha é onde o indivíduo começa a negociar. Iniciando consigo mesmo tenta entender que se sair desta situação será uma pessoa melhor. Começa a fazer promessas que irá fazer coisas para livrar-se do que está vivendo.
A quarta fase é a depressão, nesta o indivíduo inicia um isolamento interno, vivenciando uma melancolia por sentir-se impotente diante da situação.
E a quinta e última fase é a aceitação, nesta depois de passado o desespero pela perda sofrida, o indivíduo consegue enxergar a realidade, sente-se pronto para enfrentar a situação em sua totalidade e finalmente finaliza seu sofrimento. Está pronto para partir.
Esse não é um processo fácil e padrão. Ele pode não ocorrer nesta ordem e algumas pessoas podem não vivenciar todas essas fases. Em parte por não conseguirem passar de determinada fase, em parte por precisarem chegar a alguma dessas passando direto para a aceitação. É sempre importante lembrar que cada um tem uma forma de lidar com cada situação. Então, respeite o seu tempo e o dos outros. E sempre que possível procure a ajuda de um profissional.
#psicologia
#luto
#superação
#saúdemental