Nada tem feito tanto sentido pra mim, quanto dar ouvidos a voz que vem de dentro, mas para isso tenho precisado silenciar.
Silenciar o barulho das opiniões dos outros, silenciar o medo, silenciar os anseios pelo futuro que eu não sei qual é. E como poderia saber se eu não sei nem como o quero? Não sei quem eu sou.
Às vezes a gente precisa parar, observar, se reorganizar para seguir. Como o Sankofa que “Quer dizer que quando você se esquece de algo é preciso retornar ao lugar onde o acontecimento foi esquecido para recuperá-lo.
Eu que sempre ando na correria, fazendo mil coisas ao mesmo tempo, falando igual tagarela não estava conseguindo nem me ouvir. Outro dia, conversando com uma amiga, contei sobre um sonho que tive e ela logo falou: "Claro né, Bia! Porque se não entrar na sua frente você não para." E foi exatamente o que precisou acontecer. O que está acontecendo.
Quem acredita em espiritualidade, em ancestralidade sabe, mil mensagens são passadas a você para te auxiliar a encontrar o propósito para o qual veio aqui e se você não estiver atento, não tem como entender.
Foi preciso entrarem na minha frente pra eu perceber, pra eu desacelerar, pra eu observar, voltar lá atrás, me reorganizar, lembrar das feridas, revive-las, ressignificar e seguir.
Fácil? Não, porque quando você observa você enxerga coisas que muitas das vezes não queria, que doem, que te tiram da zona de conforto, mas que te trazem consciência e racionalidade e te auxiliam a entender o caminho, te auxiliam a aceitar o processo e florescer.
Só aí, depois que passa o vendaval a gente começa a enxergar as coisas e as pessoas como são e da forma que precisam ser. Tem sido desse lugar que eu começo a me ver. Começo a me enxergar para saber quem eu sou e para o que vim.
Esse texto não está terminando assim como esse processo. Ainda tem muita água pra jorrar, muito amor pra nascer. Mas deixo para reflexão uma frase de um dos textos maravilhosos de Janaina Portella, que tanto têm contribuído com esse processo.
"Sim, estrategicamente esquecemos para o que viemos, a missão é lembrar."
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Referência: https://www.geledes.org.br/sankofa-a-africa-que-te-habita/
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